MAKING OF

Como nasce uma peça Ceramicats

Escultura gatinho Darth       

Tudo começa com um bloco de 10 quilos de argila crua, que precisa ser cortado, amassado e socado como se fosse uma massa de pão, para tirar quaisquer eventuais bolhas de ar. Somente depois dessa etapa é que se começa a criar as peças, seja apenas com as mãos – caso das esculturas -, ou com o auxílio de equipamentos como a plaqueira ou o torno, mais conhecido. Quem não se lembra da Demi Moore e do Patrick Swayze no filme Ghost? ❤

O torno facilita e acelera a elaboração de peças mais simples, como pratos e vasos, mas a confecção de uma escultura, por exemplo, pode levar meses, demandando uma série de etapas. Foi o caso do Gatão Big, no qual foram usados dois blocos de argila.

Peça terminada, começa a primeira secagem, que é natural. Esta etapa pode demorar de 3 a 20 dias, ou até mais, dependendo do clima e tamanho do objeto – é preciso monitorar essa secagem, para não ser rápida demais e trincar a peça. À medida que a peça seca e a água da argila evapora, seu tamanho e peso diminuem. Só então é feita a primeira queima no forno elétrico, a 900ºC, que transforma a argila no chamado “biscoito”, mais leve, porém ainda muito frágil e permeável. Ao lado, a escultura do gatão Big no biscoito, pronto para receber a pintura e ser queimado pela segunda vez, a aproximadamente 1100ºC. Por ser a escultura original, mesmo após a segunda queima e evaporação total da água, ele continuou a pesar mais de 9kg.

Para a pintura são geralmente utilizadas tintas importadas, sempre com pelo menos três demãos. A complexidade desta etapa influi diretamente no valor do objeto: pintar de uma única cor é obviamente muito mais rápido do que um desenho cheio de cores e detalhes. Imagine uma peça em que somente a pintura demorou quase 30 horas! E a transformação da cor é sempre uma surpresa, até para o mais experiente dos ceramistas. Ao lado, as réplicas do gatão Big, reproduzidas no molde de gesso feito a partir da escultura original. Estas peças pesam ao redor de 3kg.

Imagine só: os três gatos que estão dentro do forno na foto acima, antes da queima, são os mesmos aqui abaixo. A tinta cinza virou um preto brilhante, a terracota, uma mistura de verde e marrom. O gato pintado num amarelinho quase branco ficou amarelo gema e o cor de rosa, vermelho vivo.
Incrível, não é?

A temperatura da queima seguinte, baixa (de 980ºC a 1100ºC) ou alta (1220ºC a 1305ºC), é definida pelo tipo de tinta e uso do objeto. Para as peças decorativas e bijuterias Ceramicats a temperatura é escolhida de acordo com a tinta. Já os utilitários Ceramicats são geralmente queimados a 1220ºC, o que permite o uso de lava-louças, micro-ondas e até forno.

Haroldo

2015

Boa parte da produção fica pronta após a segunda queima, mas muitas peças ainda passam por outras etapas até a finalização. Algumas recebem detalhes em ouro ou platina, e passam por uma terceira queima, a 700ºC. Outras, como as bijuterias, ainda têm de ser montadas.

E no caso de esculturas e outras peças reproduzidas em série, o trabalho é dobrado: a primeira peça é projetada, construída, secada, biscoitada, pintada e queimada, para dela ser feito um molde em gesso. Nesse molde é jogada barbotina (argila líquida) que deverá secar, mas não totalmente, para ser desenformada, secar mais um pouco, ser biscoitada e aí sim, pintada e queimada novamente. Se houver aplicação de ouro, mais uma queima. Com exceção do molde em gesso, todo o resto é feito por mim.

Por tudo isso e naturalmente por toda a inspiração felina é que as peças Ceramicats são tão exclusivas. Mesmo dentre as reproduções nunca haverá uma peça exatamente igual à outra. Os diferentes desenhos, tintas, técnicas de pintura e até mudanças na temperatura de queima resultam em objetos únicos.

E é justamente aqui que mora o grande encanto desta arte.   

Ramona e escultura Gatinho Mini